Resenha #5 - Sob o olhar Grego

Título Original: Sob O Olhar Grego

Autora: Bella Crestan

Editora: Alternativa Books

Páginas: 136

 

 

Sinopse:

"Be é uma garota insegura que sonha ser escritora. Ela viaja à Grécia em busca de inspiração para seu livro e lá conhece Ed, um músico famoso que se torna um bom amigo e a faz enxergar o mundo com outros olhos. Quando finalmente se sente uma mulher mais confiante e decidida, algo inesperado acontece para confundir sua cabeça e trazer à tona sentimentos e frustrações que estavam escondidos em sua mente. Em meio a um conflito interno, Be vê no caos a chance de viver um grande amor."

Be vive uma vida sem cor, totalmente robotizada. Todos os dias levanta cedo, faz o café para seus pais e sai para o trabalho. Usa o mesmo trajeto a 12 anos, mas mesmo assim não tem muitos amigos. Limita-se apenas a dizer um "bom dia" e mais nada. Ela trabalha num jornal, tem alguns amigos, e ainda a perversa Marina. Marina adora humilhar Be, já que a jovem é mais cheia do que Marina, então sempre que pode, ela faz piadas de mal gosto com a Be. E assim acontece dia após dia, a única diferença é que Be quer escrever um livro, e todas as noites ela escreve algumas páginas antes de dormi. Hoje não é diferente, ela está escrevendo como sempre, mas antes de dormi resolve checar seu e-mail. Lá ela encontra uma promoção de viagem, uma passagem super barata para Grécia. Ela até pensa em ir, já que estará de férias, mas desiste. Porém ao chegar no trabalho de manhã, depara-se com uma suposta troca de férias, assim ela decide: “Vou para a Grécia! ”.

Assim Be embarca numa viagem rumo a Grécia, mas antes de chegar lá, ela conhece um ruivo muito atrapalhado, e assim acaba traçando com ele uma nova amizade.

 

“- Ai! Você está louco? Isso é café quente? Café! – disse ela desesperadamente enquanto sua mente se enchia de adjetivos não muito agradáveis de se ouvir”.

 

O que Be não sabia era que aquele Ed atrapalhado era um músico muito reconhecido e seu cantor preferido. Assim Be e Ed começam a desbravar aquelas terras, juntos eles passeiam pela Grécia e se divertem muito. Ambos estão a procura de inspiração, e pensam que lá, eles encontrarão o que almejam.

Em uma dessas aventuras, Be se depara com algo inusitado: “um admirador”. Ela, que depois de sofrer bullying, nunca se sente bem com seu corpo, não acredita na palavra de Ed e ainda alega que o possível admirador está olhando na direção errada.

 

“ O que se passa na cabeça deles nessa hora? Qual hambúrguer mais novo daquela rede de fast food? Qual o último modelo de carro que o vizinho comprou? Ou talvez sobre a taxa de inflação, não, não. Provavelmente sobre aquele jogo de videogame. Talvez tudo isso, talvez nada disso. Mas uma coisa é certa. Eles devem formular teorias matemáticas inteiras, pois só sabem reproduzir as últimas duas palavras que as mulheres disseram, para o bem das suas integridades físicas. Será que a Teoria da Relatividade foi concluída em um momento assim? Aposto que sim”.

 

O francês. Ah, o francês! Be conhece o francês, um homem lindo e que jamais se interessaria por ela (assim ela pensa). Será que acontecerá algum romance entre esses dois? Quem é o tal francês? E porque Be não acredita mais no amor?

Bella Crestan escreve sobre a vida de três pessoas em vertentes diferentes, mostrando suas inseguranças, suas tristezas e descobertas. Fazendo com que possamos refletir que o amor pode acontecer da maneira que menos esperamos, e que nossos sonhos nunca serão em vão.

Sob o olhar Grego, uma história confortante, que te faz pensar, se apaixonar e ainda, querer viajar.

 

“Já acordou se sentindo estranho, confuso, torpe? Já se olhou no espelho e não se viu?

Não são os mesmos olhos brilhantes, nem o mesmo sorriso. Aliás, que sorriso?

Me confundo querendo o que não quero. Talvez eu queira demais, mais não posso. Ah, não!

Solidão eu gosto tanto de você. Fica, não vai embora. Eu estava com medo e me apaixonei errado, mas volta pra mim, por favor!

Solidão sempre nos demos bem, meu mundinho ridiculamente particular.

Fica. Fica aqui agora. Não deixe este sentimento invadir, eu não quero!

Tenho tanto a viver contigo, a te dizer. Me conta como é ter alguém só seu?

Eu não me lembro mais. Sequer consigo imaginar.

Meu ego e meu egoísmo me protegem, me ajudam, me fazem forte!

Solidão, agora que eu me acostumei com você!”